Quando a colaboração realmente acontece?

A Studio Drift apresenta várias salas extremamente interessantes. Acredito que um bom resumo para a exposição seria, um convite para a reconexão com a natureza, e para isso, eles fazem uso de intervenções e interações tecnológicas.

Eu adorei as várias salas. No entanto, a experiência que me cativou e me fez apreciar por horas a fio, foi a que tentei reproduzir na foto abaixo: uma composição de várias peças que simulam o movimento das ondas do mar.

Porém, o que me levou a passar horas pensando e admirando a obra foi a analogia com os sistemas de autogestão.

São necessários diversos aspectos para chegar ao final de uma obra, tais como projeto, testes, construção peça por peça, conexões, diversidade, sincronia, plataformas, sistemas de comunicação, programação e muitos outros itens que poderia listar aqui.

Mas como tudo isso é colocado em movimento? Que analogias podemos fazer com a colaboração e autogestão?

Imaginei o propósito institucional como a esfera central… que precisa estar perfeitamente redonda, para não gerar atritos no momento da conexão. No seu centro, existe um eixo e uma roldana com diversas outras esferas. Seria um fractal que possibilitaria exponencializar a comunicação?

Agora, como fazer para essa esfera se movimentar, para cima e para baixo e simular as ondas do mar?

Ah… o movimento se dá por ciclos, altos e baixos, importante destacar isso.

Interessante, mas quais outros pontos importantes da percepção?

Tubos transparentes equilibram a distribuição de pesos, e os pesos se movem por eixos e estruturas.

Sim, nos processos de autogestão é necessária muita transparência e um equilíbrio sistêmico. Acredito que sejam necessárias “torres”, processos e estruturas muito bem definidas para que esses pesos não travem e o processo seja fluido.

Porém, para se transformar em uma obra completa, é preciso mais do que o funcionamento perfeito de um único tubo.

É necessário a percepção do todo, sincronicidade, sintonia e interdependência… essa obra realmente me tocou, é extremamente bela!

Ah, e tem mais… nada funcionaria se não houvesse plataformas que possibilitasse a comunicação e a automação.

Eu poderia continuar escrevendo e refletindo sobre as diversas horas que passei lá, mas prefiro convidá-los a visitar essa exposição e experimentar suas próprias sensações.

Portanto, para finalizar, quero destacar outra dimensão: a importância das dinâmicas de movimentação, os meios, para além, das finalidades institucionais propostas.

Penso que precisaremos ser muito criativos, artísticos, colaborativos, interdependentes e harmônicos para construir novas formas de agir neste mundo que está exigindo a natural reconexão.

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